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Prévia do livro A Peleja dos gatinhos pela família

 
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A peleja dos gatinhos pela família - parte 1

Publicarei em breve mais um livro, A peleja dos gatinhos pela família é uma emocionante narrativa em versos de cordel que se transforma em uma experiência interativa de colorir.  O livro conta a saga de três corajosos gatinhos que, após serem separados de sua mãe, embarcam em uma jornada cheia de desafios e descobertas para reencontrá-la e reconstruir sua família.  Com rimas cativantes e ilustrações encantadoras, cada página convida o leitor a dar vida às cenas com cores enquanto acompanha uma história de superação, amizade e amor incondicional. Abaixo alguns versos desse livro que, modéstia à parte, está maravilhoso! O meu olhar se abriu, No raiar de um dia, E a felicidade surgiu Com a mais pura magia: Vi minha mãe e meus irmãos Em plena harmonia. Minha mãe sempre zelava, Com carinho e proteção, Banho dava a todo instante, Feito gesto de afeição. Até quando eu mamava, Me lavava com paixão. Pelas veredas do quintal, Com passos ligeiros, Nós, gatos, em alto astral, Três felinos...

A sina dos seis monçoeiros - Sobre os Paiaguás

  ...     Depois de uns dias esperando em vão que mais monçoeiros chegassem, resolvemos seguir viagem, rogando a proteção de Nosso Senhor Bom Jesus do Cuiabá e de Nossa Senhora da Penha. Feitas as orações, todos os viajantes foram para o porto e se meteram nos batelões. Mal havíamos começado a jornada e já ouvíamos os Paiaguás ao longe! Nos aprontamos para o ataque, pois eram ótimos nadadores e homens de muita força; era impossível vencê-los no rio. Soldados valorosos que tentavam defender sua terra — hoje bem os compreendemos — mas ataque nenhum nos veio. Tocamos avante, sempre com o ouvido atento a qualquer rumor na mata ou no rio, e chegamos em Registro Velho. Lá, deram-nos conta do paradeiro dos Paiaguás. Ajeitamo-nos e seguimos jornada ao amanhecer, mas melhor fora que lá tivéssemos ficado: fomos atacados, e muitos dos nossos monçoeiros sucumbiram, inclusive um dos bem afortunados, que percebeu que fortuna nenhuma era capaz de amansar a fúria dos indígenas. ...

A sina dos seis monçoeiros - O triste fim de Bartolomeu

  ... — Com os dois companheiros dormindo, pude mirar com mais atenção a correnteza do rio, o céu que estava claro naquela noite fria de abril ou maio; tanto tempo havia passado que já não era dado saber ao certo. — E, voltando-se para os três homens que ainda respiravam, Bartolomeu questionou: — Em que dia nos achamos?  — Dia dez de abril de 1982. — Disse o seu avô Anselmo.  — Ora pois! Mais de duzentos anos de nossa partida! Há quanto tempo temos vagado por esse rio sem descanso!  Todos ficaram perplexos com essa revelação, e então Bartolomeu recomeçou:  — Como eu dizia: a noite estava fria e limpa. Podia-se ver o Tapirapé, o caminho das estrelas, como os indígenas chamavam a Via Láctea. Estava tão formoso e tão calmo; o rio corria em sossego. Cheguei a sentir uma profunda paz. Foi quando avistei um ser mágico na beira do rio: uma formosa mulher de pele morena, cabelos longos, pretos e lisos. Ela estava se aproximando do acampamento, mas parecia pairar, alheia...

A sina dos seis monçoeiros - O avistamento da Pirataca

     Casimiro parou por um instante olhando para os companheiros de viagem e então continuou: — Era nossa quarta jornada. Levávamos cargas para barganhar com os mineradores que lá se achavam. Em nosso comboio, desta vez, iam dez batelões, sem passageiro algum em nossa canoa. A viagem levaria alguns meses. Oh, se soubesse que seria a derradeira, teria aproveitado um tanto mais no porto de Araritaguaba, o porto feliz. — Todos os homens acenaram positivamente. — Então, nossos desassossegos começaram a surgir neste trecho onde nos achamos, daí nossa recepção tão truculenta. O primeiro mau presságio foi a vista da Pirataca. — Pirataca?! — Munduco perguntou. — Sim, uma serpente descomunal passando lentamente por debaixo dos batelões! Vicente foi o primeiro a dar-se conta, nos avisando com cautela. Pelo que, já com as armas em punho, aguardamos o ataque. Percebendo que seria uma grande peleja, talvez, o monstro seguiu adiante sem atacar barca alguma do comboio. A Pirataca era um...

O caminho dos Ipês

Todos os anos têm doze meses cada mês um festejo para alegrar uma beleza para admirar uma música para dançar ainda que a vida com seus reveses tente nos derrubar Quando vejo um Ipê florido fico logo a pensar como com a vida podemos relacionar o florir e o secar dessa bela árvore popular Assim como os ipês teremos dias coloridos alguns sem graça outros penosos chegando a beirar a desgraça Pois veja, durante meio ano o ipê fica ali pelo caminho discreto com seus galhos ora com folhas, ora secos respeitando seu momento Chegamos a pensar que de tanto secar vida mais não há então ela se transforma na mais bela árvore de inverno branco, roxo, amarelo O Ipê vem nos presentear com uma bela florada  e o caminho enfeitar para nosso dia alegrar A florada dura pouco uma semana ou menos mas para quem sabe olhar a beleza dá seus acenos para se admirar e então volta a secar Façamos como os Ipês  não nos deixemos desanimar dia após dia, mês após mês vivamos a vida sem pestanejar mesmo com von...

A sina dos seis monçoeiros

  Com o falecimento do meu avô, senhor Anselmo Pelotas, a família toda precisou se mobilizar para resolver assuntos de inventário. Dentre os bens, constava uma propriedade beira-rio no Rio Tietê, onde o velho, exímio pescador e, com isso, detentor de várias histórias para contar, gostava de passar seus dias de aposentadoria lembrando da época em que o rio era navegável e havia a possibilidade de realizar festejos e pescarias, reunindo amigos e familiares. Lembro-me que adorávamos a época das férias escolares, pois sempre passávamos o período na casinha vermelha de tijolos aparentes e brincávamos livremente pelo terreno, que era muito grande, considerando o espaço que tínhamos para brincar durante o resto do ano. Então, durante os meses de julho, dezembro e janeiro, lá ia a garotada — aquele monte de criança com uma energia enorme —, e os velhos adoravam! Minha avó, dona Constança Pelotas, cozinhava várias comidas de sítio: bolos, doces, suco de fruta colhida do pé. Só brigava com ...