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Depois de uns dias esperando em vão que mais monçoeiros chegassem, resolvemos seguir viagem, rogando a proteção de Nosso Senhor Bom Jesus do Cuiabá e de Nossa Senhora da Penha. Feitas as orações, todos os viajantes foram para o porto e se meteram nos batelões. Mal havíamos começado a jornada e já ouvíamos os Paiaguás ao longe! Nos aprontamos para o ataque, pois eram ótimos nadadores e homens de muita força; era impossível vencê-los no rio. Soldados valorosos que tentavam defender sua terra — hoje bem os compreendemos — mas ataque nenhum nos veio. Tocamos avante, sempre com o ouvido atento a qualquer rumor na mata ou no rio, e chegamos em Registro Velho. Lá, deram-nos conta do paradeiro dos Paiaguás. Ajeitamo-nos e seguimos jornada ao amanhecer, mas melhor fora que lá tivéssemos ficado: fomos atacados, e muitos dos nossos monçoeiros sucumbiram, inclusive um dos bem afortunados, que percebeu que fortuna nenhuma era capaz de amansar a fúria dos indígenas.
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