O meu olhar se abriu,
No raiar de um dia,
E a felicidade surgiu
Com a mais pura magia:
Vi minha mãe e meus irmãos
Em plena harmonia.
Minha mãe sempre zelava,
Com carinho e proteção,
Banho dava a todo instante,
Feito gesto de afeição.
Até quando eu mamava,
Me lavava com paixão.
Pelas veredas do quintal,
Com passos ligeiros,
Nós, gatos, em alto astral,
Três felinos companheiros,
Alegres, com a caça e a bolinha,
Nosso tempo inteiro.
O tempo passou ligeiro
E a tristeza chegou;
Uns foram levados pra longe,
Por um bicho falador.
Mamãe dizia com pesar:
"É o humano predador".
Eu não compreendia bem
O que era aquele horror,
Até mamãe me contar,
Com voz de grande clamor,
Que na lixeira a largaram
Com a gente e sem amor.
Lá ficou por uns dias,
Com fome e sede cruel,
Sentindo o frio da noite,
No seu triste e frágil papel.
Até que alguém a achou
E a livrou daquele fel.
Neste novo lugar,
Quentinha e protegida,
Com carinho a esperar,
O perigo já esquecido.
Um berço de amor se fez
Para o nosso abrigo.
Com a dor da saudade,
Mamãe vivia a rezar,
Pedindo com humildade
Ao destino, a rogar,
Pra que o universo cuidasse
De quem foi pra outro lugar.
Fui o último a ficar,
Com a mamãe em meu peito,
Ninguém queria me levar,
Meu pelo não era perfeito.
Mas não senti a tristeza, Ao lado dela estou satisfeito.
Lindo não é? Em breve estará disponível para compra no Clube de Autores e UICLAP.

Comentários
Postar um comentário
Para garantir um ambiente construtivo, todos os comentários desta página são moderados. Lamento que, atualmente, a destruição prevaleça sobre a edificação em muitos espaços online. Agradeço sua compreensão; comentários desrespeitosos ou não construtivos serão removidos.