Com o falecimento do meu avô, senhor Anselmo Pelotas, a família toda precisou se mobilizar para resolver assuntos de inventário. Dentre os bens, constava uma propriedade beira-rio no Rio Tietê, onde o velho, exímio pescador e, com isso, detentor de várias histórias para contar, gostava de passar seus dias de aposentadoria lembrando da época em que o rio era navegável e havia a possibilidade de realizar festejos e pescarias, reunindo amigos e familiares. Lembro que adorávamos a época das férias escolares, pois sempre passávamos o período na casinha vermelha de tijolos aparentes e brincávamos livremente pelo terreno, que era muito grande, considerando o espaço que tínhamos para brincar durante o resto do ano. Então, durante os meses de julho, dezembro e janeiro, lá ia a garotada — aquele monte de criança com uma energia enorme —, e os velhos adoravam! Minha avó, dona Constança Pelotas, cozinhava várias comidas de sítio: bolos, doces, suco de fruta colhida do pé. Só brigava com a cr...
Pensamentos, memórias, teorias do caos, textos e tudo o que não pretendo guardar para mim.